Review Aquaman - As Profundezas

Sim amigos! Vamos aproveitar que ao longo da última semana, da grande San Diego Comic-Con, a DC Comics/Warner foi o assunto mais falado do mundo nerd, e vamos falar do "herói favorito de ninguém", um dos poucos homens no mundo temidos pelo Batman, aquele cujos poderes rivalizam com os do próprio Superman. Ninguém menos que Arthur Curry, o Aquaman!


Parece exagero da minha parte? Mas não é. O herói mais zoado da DC Comics, de fato é um dos personagens mais poderosos da editora, e tem muito potencial. É o que mostra o seu arco de estreia n'Os Novos 52!, na história Aquaman - As Profundezas, escrita pelo grande Geoff Johns (A Noite Mais Densa) e lindamente desenhada pelo brasileiro Ivan Reis (O Dia Mais Claro).

Na história, tentando levar uma vida na superfície com a esposa atlante, Mera, Aquaman tem de lidar com o descaso da população em geral que não o vê como o super-herói que realmente é, enquanto surge uma ameaça do fosso, o abismo mais profundo do oceano.


É muito inteligente e divertida a forma como o roteiro brinca com o fato do Aquaman não ser levado a sério. Em diversas ocasiões em que o híbrido atlante-humano é tido como a versão caricata do Super-Amigos, e precisa aguentar um mundo acostumado com piadas sobre ele saídas do Saturday Night Live e etc. O sarro se estende até a sua esposa, a Rainha Mera, que supostamente deveria se chamar Aquawoman, pela associação óbvia.

As brincadeiras vão desde o fato do Aquaman teoricamente não poder comer peixe porque conversa com eles, até o fato de usar uma camisa laranja e não poder ficar fora d'água. Mas tudo isso é pontuado de forma cômica porém sem comprometer a história a favor da comédia. Aliás, conforme o inimigo surge, o tom fica cada vez mais sério, e em todos os momentos o personagem principal mantém o ar de nobreza.

Os desenhos do paulista Ivan Reis são talvez os mais impressionantes dessa leva Os Novos 52!. O brilho da armadura de escamas de Curry e Mera, os detalhes na água, as criaturas assustadoras do fosso e cenas de flashback com o pai de Arthur na baía, em que quase se pode sentir o vento e a maré salpicando as pedras diante do farol enquanto se lê. Tudo isso te causam uma imersão no gibi, tornando a leitura extremamente agradável.

O roteiro não tem grandes ambições, trazendo uma história simples, sem vilões icônicos e megalomaníacos, mas inimigos com motivações verossímeis e num cenário isolado que se preocupa mais em apresentar melhor o protagonista antes de  partir em direção aos confins do universo DC, destacando acima de tudo, que a versão caricata que tornou o herói conhecido, nem de longe retrata a boa fase que vive nos quadrinhos, tampouco as histórias que já foram contadas de um dos maiores ícones da Detective Comics.

A título de nota, sobre os comentários no início da matéria, desconsiderando os supersentidos e a relativa invulnerabilidade, sim, o Aquaman pode ser tão forte quanto o kryptoniano Superman. Considerando-se o fato de ser um híbrido adaptado a viver submerso, sujeito à pressões incalculáveis sob quilômetros cúbicos, ou seja, trilhões de litros de água e ainda nadar a uma velocidade máxima de mais de 1850km/h; fora d'água, a força desse cara seria equivalente, ou até superior ao do filho de Krypton. Sem contar a telepatia limitada, não restrita somente a criaturas marinhas, mas também a quaisquer seres não aquáticos, sendo que inclusive o próprio Superman já foi sujeito a esse poder no período pré-Crise! Um vilão, chamado Kordax, certa vez sofreu um ataque mental do Aquaman, que de tão forte, levou Kordax a se suicidar.

Fora isso, o fato de ser um monarca, que reina não só sobre a Atlântida mas, de todos os mares, faz dele um soberano de cerca de 70% do planeta. Não é a toa que no Ano Um da saga Injustice - Gods Among Us, o Batman, que lidera a resistência contra um Superman tirano, procura o rei atlante pedindo ajuda. Na verdade, dentre os famosos planos de contingência do morcego, é sabido que, dentro da Liga da Justiça, quem o Morcego mais teme são justamente o Superman, por motivos óbvios, e o próprio Aquaman, por ser extremamente mais perigoso do que aparenta e do que julga o panteão da DC.

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Abraço galera!