04 maio 2014

[Critica] O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro





Depois de 2 anos de espera, mais um episódio da saga de um dos maiores personagens dos quadrinhos ganha força e toma vida nas telas grandes pela 2ª vez. 

Sim, senhores, falo de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, filme dirigido novamente por Marc Webb e protagonizado pelo extremamente boa praça Andrew Garfield e sua lindíssima namorada, Emma Stone, além das ótimas adições de Dane DeHaan, Jamie Foxx e Paul Giamatti como os vilões que aparecem e atrapalham a vida do amigão da vizinhança (e que não lembram nem um pouco a lambança feita no 3º filme da trilogia Raimi). 

A primeira cena do filme já nos conduz para o que devemos esperar para os mais de 100 minutos restantes que o roteiro irá desenvolver. Para por um ponto final na história sobre seu passado, a cena inicial nos mostra mais um pouco sobre os acontecimentos da fatídica noite em que Peter foi deixado com seus tios pelos pais. A cena remete muito a filmes de espionagem e demonstra um passado obscuro e cruel relacionado com a Oscorp e seu CEO.

Peter em mais um dia normal em NY
Após o acidente com seu pais, o filme faz um salto para o presente, apresentando um Homem-Aranha de novo uniforme combatendo o crime da melhor forma possível. Aleksei Sytsevich (Paul Giamatti) dirige loucamente um caminhão da Oscorp com uma alta carga de plutônio destruindo tudo o que vê pela frente enquanto toda a policia de Nova York está em seu encalço. Toda a cena não é só baseada, mas construída em cima de quadrinhos, a inspiração em todos os movimentos e todas as piadas soltas pelo Aranha enquanto tenta domar esse "rinoceronte" condiz exatamente com o que o personagem utiliza dentro das páginas desenhadas. Ponto para Marc Webb.

Max Dillon depois de ser salvo pelo seu ídolo
Entre as pessoas salvas pelo cabeça de teia na destruição feita por Alek, somos apresentados para o personagem que leva seu nome no subtitulo do filme: Max Dillon (Jamie Foxx), um personagem por muita vezes caricato enquanto mortal. Após ser salvo pelo Aranha, Max (que possui complexo de inferioridade) começa a idolatrar o herói de uma maneira nada convencional. Apesar de gênio, Max é solitário e desenvolve uma paixão quase doentia pelo cabeça de teia. As cenas em que Max aparece, podem significar o ponto fraco do filme para muitos, pois o tom utilizado nestas cenas, antes de sua transformação, são um pouco piegas, mas que não atrapalham o filme de maneira alguma.  

Em relação ao restante do elenco, pouco há o que dizer, todos parecem se entregar ao roteiro e mergulhar no universo que os produtores almejam alcançar dentro do cinema. Arrisco-me até a dizer que Andrew Garfield é a personificação do Aranha assim como o Robert Downey Jr. é a personificação de Tony Stark dentro das telas. 

O romance mais sincero do cinema
É praticamente impossível não torcer para o adolescente que está acabando de se formar no ensino médio mas que tem o peso da responsabilidade de cuidar de quem ama, além também de cuidar de quem precisa (que por enquanto trata-se somente de Nova York). Andrew ainda nos entrega um Homem-Aranha extremamente baseado nos quadrinhos, que por ventura tende a ser bem humorado e piadista pelo menos enquanto está fantasiado, o que o ajuda por muitas vezes, deixar de lado qualquer problema rotineiro que o tenha. Fator esse que não havia no universo de Sam Raimi. 

Sua relação com Gwen Stacy (Emma Stone) também é um dos pontos fortes nesta segunda parte. Atormentado pelo fantasma do Capitão George Stacy (Denis Leary) Peter tem problemas para manter seu relacionamento com Gwen, o que acaba por gerar cenas engraçadas e até mesmo bonitinhas entre os dois, outro ponto para os dois atores (que são namorados na vida real) que nos fazem acreditar que aquela relação é algo muito profundo e destinado a acontecer.

Ainda no meio da estória, temos o filho do CEO da Oscorp, Harry Osborn (Dane DeHaan) voltando a Nova York após saber que seu pai está em um estágio final de uma doença. A relação de Norman e Harry é retratada como um ódio do filho pelo pai onde sabemos que Norman enviou Harry aos 11 anos para um internato na Europa. Harry fica sabendo que a mesma doença que aflige seu pai é genética sendo passada assim de seu genitor. Desta forma, começa a corrida de Harry para achar uma cura para a doença, onde é mesclada a história principal as descobertas feitas por Harry. A relação de Peter e Harry, apesar de estranha, é verdadeira e ajuda a transpor em tela os momentos mais tensos do filme.
Sim, eles são amigos há mais de 10 anos

As coreografias das lutas (assim como a fotografia)
estão fantásticos
O que mais entusiasma no filme são as cenas de ação, todas elas, sem exceção, foram muito bem feitas e possuem uma das paletas de cores mais bonitas já escolhidas até hoje no mundo do cinema. A fotografia desta segunda parte é de excelente qualidade e ao ser somada a trilha sonora composta por Hans Zimmer, Pharrell Williams e Johnny Marr consegue transmitir exatamente o que cada personagem está nos mostrando em determinada cena dentro do telão, servindo também como impulsor das cenas de ação, pois ouvir um rock pesado ou mesmo dubstep enquanto dois super-seres estão lutando com a junção das luzes frenéticas das cenas, realmente não tem preço.

Muito se tem falado sobre o filme utilizar elementos importantes dentro do cânone nas telonas antes de apresentar outros e vice-versa. É praticamente impossível não se emocionar com cenas detalhadamente tiradas das paginas dos mais de 50 anos de quadrinhos do cabeça de teia, e no final é isso o que importa, é isso o que vale assistir, o peso e a sensação emotiva traduzida por toda a equipe dentro do filme é a mesma sensação passada pelos quadrinistas ao desenharem o produto final, isso define uma estória bem contada, e é isso o que define o Homem-Aranha como um dos melhores super-heróis existentes.

A curiosidade é a mãe da inteligência e Peter procura respostas sobre tudo o tempo inteiro.

Apesar de não ser 100% fiel ao material original (que neste caso é o universo Ultimate da Marvel) a liberdade poética e criativa na adaptação de varias edições por Marc Webb e cia. foi demasiadamente bem utilizada ao contar uma estória que emociona, diverte e traduz de forma empolgante o que é viver dentro de uma Nova York com o nosso sempre querido amigo da vizinhança.

O sentimento de todo adulto assistindo o filme
O que resta esperar do futuro do universo Aranha dentro dos cinemas é que suas sequências mantenham ou superem a qualidade com que foi retratada esta adaptação e que finalmente conseguimos ver uma luta decente entre Homem-Aranha, Venom e Carnificina.

Nenhum comentário: