Homem Aranha em uma de suas melhores poses no filme |
Espetacular. Em 1962 a dupla criativa da Marvel, Stan Lee e Steve Ditko criava aquele que viria a ser um dos heróis mais populares, se não o mais popular das HQs.
O Homem-Aranha, que surgiu na revista Amazing Fantasy, nº 15, ganharia o adjetivo de "Espetacular" já na estreia de sua revista própria no ano seguinte e nunca mais seria qualificado de outra forma. Em 2002, com o primeiro título de uma trilogia cinematográfica dirigida por Sam Raimi (Evil Dead, Darkman - Vingança sem Rosto) o "Amigo da Vizinhança" se tornaria ainda mais famoso e lucrativo tanto para a Marvel quanto para a Columbia Pictures até meados de 2007 com o seu terceiro filme (absolutamente mal visto entre críticos e fãs). Com o fim desta trilogia tão marcante entre o gênero de adaptação de HQs não se via ao horizonte uma continuação muito menos um recomeço na história do herói.
Mas ao contrário do que se pensava, menos de 10 anos depois do início da série foi anunciado o reboot, agora o herói teria um novo rosto, um novo inimigo e um novo interesse romântico.
Após assistir "Amazing Spider-Man" na telona, fica impossível não se lembrar de uma frase do seu próprio "pai" Stan Lee que dizia que nenhum do seus heróis deveria ser tratado simplesmente pelo nome nos seus títulos próprios, era necessário algo mais, um adjetivo à altura de um herói. Temos então Amazing Spider-Man, Mighty Thor, Fantastic Four, Uncanny X-Men, Incredible Hulk e Invincible Iron Man. Pode-se dizer que a escolha de acrescentar ao nome do filme o adjetivo principal do "Cabeça-de-Teia" foi louvável e faz jus ao novo Homem-Aranha apresentado.
Poster de O Espetacular Homem Aranha |
Durante toda a película nota-se uma preocupação em dar ao herói um tom mais realista desde o seu comportamento de nerd adolescente, um tanto mais carismático do que o já "old" Tobey Maguire (O Grande Castby), até os movimentos do herói em suas poses incrivelmente fiéis às HQs (principalmente da fase Todd Macfarlane) e o seu balançar de teias. Falando nelas, mais um elemento que respeita o cânone dos quadrinhos é a presença dos lançadores de teia, que não existiam na trilogia anterior e são muito bem utilizados na nova franquia. É fato que por misturar elementos do Universo 616 e Ultimate da editora Marvel, algumas coisas se perdem e podem parecer um tanto reformuladas demais. Entretanto, os buracos e inconsistências no roteiro não comprometem a diversão em assistir o filme que em diversos aspectos supera seus antecessores.
Emma Stone e Andrew Garfield |
Vemos agora um Peter Parker que ao buscar a verdade sobre seu passado acaba entrando numa série de eventos interligados que constroem a trama. Na nova origem, o surgimento do herói está diretamente relacionado com a história não contada dos seus pais e ao próprio nascimento do vilão, Lagarto, que é o resultado de um cruzamento genético entre espécies.
O protagonista, muito bem interpretado por Andrew Garfield, quando veste a máscara agora tem um comportamento muito mais satírico, idêntico ao que vemos nos quadrinhos e age de forma muito mais aracnídea do que visto há 10 anos atrás, com direito à casulos de teia em tempo recorde e teias gigantes não com o intuito de capturar uma presa, e sim detectar a sua presença com trepidações nos fios. As cenas de ação, principalmente de luta, agora se mostram extremamente acrobáticas e dinâmicas, mostrando o vigilante mascarado não como um herói imbatível, mas como alguém que apesar de possuir habilidades especiais continua vulnerável e pode ser ferido como uma pessoa normal.
Lançadores de Teia |
Deve-se destacar também o elenco escolhido para o novo filme. Andrew Garfield (A Rede Social) desempenha um ótimo papel como protagonista, lembrando muito aquele Peter franzino dos gibis e agindo exatamente como o personagem foi idealizado, sem decepcionar os fãs de longa data.
O par do herói agora é a loira Emma Stone (Superbad, Zombieland) que vive uma Gwen Stacy muito mais interessante e carismática do que a ruiva Mary Jane Watson interpretada por Kirsten Dunst (Entrevista com o Vampiro) anteriormente. Martin Sheen (Prenda-me se for capaz) entra na franquia como o importantíssimo Tio Ben e representa de maneira fantástica o papel de figura paterna do novo Peter marcando sua participação no filme, o que já não se pode dizer sobre a Tia May de Sally Field (Forrest Gump) que transmite uma depressão sem tamanho em praticamente todas as cenas. A escolha para o vilão Lagarto foi Rhys Ifans (Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1) que ficou bem no papel de Dr. Curt Connors estando a todo momento num conflito do melhor estilo "Jekyll/Hyde" e se mostra um antagonista eficiente.
Lagarto |
Enfim, com sua dose de heroísmo temperada com humor, ótimas cenas de ação e um romance bem trabalhado, o novo filme do único super-herói que tem que estudar e ainda combate o crime, faz jus ao adjetivo de Espetacular! Aliás, pelo que se mostrou no novo filme, a franquia do diretor Marc Webb tem um grande potencial de se tornar uma das maiores do gênero pela sua linguagem atual e ao mesmo tempo coerente com o que já se conhece a respeito do personagem e tem um potencial ainda maior se alguns dos boatos recentemente envolvendo o produtor Avi Arad sobre uma possível junção com o universo dos Vingadores (Link da notícia), forem verdadeiros...
E aí, concorda, discorda, o que achou? Poste nos comentários, queremos saber sua opinião. Até a próxima!
3 comentários:
hummm...interessante cara. Não estou com a expectativa muito alta pra não me decepcionar...mas to ansioso pra ver esse filme...vamos ver.
Apenas uma correção, ta escrito que Tobey Maguire participou de Trovão tropical, mas foi apenas como uma ponta. Acho que pode ser mudado o filme ao qual ele foi relacionado, pois da a entender que ele é um dos principais do filme Trovão Tropical. Abraço e ótima critica.
Como todo filme de HQ ele parece que vai ter suas mudanças, porém, a Marvel vem nos surpreendendo desde o erro de criar Homem-Aranha 3, realmente o nome em sí já da a entender que algo mudou, principalmente nos ideais da marca e o modo como apresenta-lo nas telas. Com essa nava ideologia só posso me empolgar e esperar que o nosso amigo aranha esteja nos planos da casa das idéias para herói em Avengers 2, afinal, como bom jogador de Marvel Super Hero, enfrentar Thanos sem o Homem-Aranha é uma missão no minimo complicada, hahahha.
Belo texto!!! Tirou minha duvida entre assistir em casa ou ir ao cinema e ao mesmo tempo deixou o gostinho de quero mais!!! Vlwww
Corrigido Felipe, muito obrigado!
Evandro, pode assistir sem dúvida, é uma ótima opção de filme, obrigado pelo elogio!
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