Muito bem pessoal, começando a nossa série de matérias de aquecimento para o Capitão América 2: O Soldado Invernal, hoje vamos falar da Graphic Novel que eu recomendei há muito tempo atrás, mais precisamente em 2011, ainda no lançamento do primeiro filme, Capitão América - A Escolha (Captain America - The Chosen)
Imagine-se escrevendo um derradeiro fim para o maior ícone patriótico da Marvel. Conseguem imaginar a responsabilidade? Pois era justamente este o dilema de David Morrell.
David é autor de diversos thrillers de ação, e embora você possa nunca ter ouvido falar o seu nome, certamente conhece um pouco de sua obra.
Morrell é autor de First Blood, um livro de 1972 que tinha como protagonista justamente o maior anti-herói de guerra interpretado nos cinemas por Sylvester Stallone dez anos depois, o badass John Rambo.
A partir deste currículo, é fácil entender porque, apesar de não ter experiência em escrever roteiros de quadrinhos, David Morrell foi chamado para contar uma história tão importante dentro da Casa das Ideias.
Na época, em 2007, diversos heróis da editora tiveram minisséries intituladas O Fim, como por exemplo Justiceiro e Hulk. A ideia era que a mesma coisa ocorresse com Steve Rogers, porém foi decidido dar um toque mais épico à sua última aventura.
Foi-se definido então o título de A Escolha, fazendo referência justamente às virtudes militares citadas repetidamente pelo Capitão, de coragem, honra e sacrifício, com a intenção de inspirar no coração de um cabo dos Fuzileiros Navais a grandeza de um herói, a despeito da sua própria ruína.

No traço genial de Mitch Breitweiser, fã declarado da personagem, a estória nos mostra um Capitão América fraco e à beira da morte, sendo voluntário de uma última iniciativa militar que lhe possibilita projetar-se para um soldado no seu momento de maior necessidade. Ao longo da história somos presenteados com uma ótima narrativa contando o início da carreira de Rogers como supersoldado, suas perdas, primeiras aventuras e conceitos já tidos como cânones do personagem sendo revisitados de forma a demonstrar como ele chegou ali, e o sentido de estar nesta situação.
As virtudes supracitadas têm a função de despertar uma espécie de modo berserker no cabo James Newman, em momentos de grande tensão, onde tanto autor quanto desenhista conseguem nos transmitir ao mesmo tempo um senso de realidade em uma cena "real" de guerra com combatentes se ferindo, morrendo e sendo resgatados enquanto na mente de Newman, o Capitão América é visto como o herói que lhe ajuda e protege enquanto realiza feitos quase que hercúleos.

A Escolha, que ainda conta com a arte de cores de Brian Reber, é uma estória autocontida que poderia acontecer em qualquer momento no universo linear da Marvel, e também se enquadra perfeitamente no contexto mundial da nossa atualidade, de guerra, ameaça terrorista e etc. Recomendo por, apesar de ter bem menos ação do que um gibi convencional do Capitão América, ser extremamente bem escrita e com belíssimas artes que dão um tom realista e ao mesmo tempo simbólico a este conto.
Falando um pouco mais do traço e das cores, é impressionante o efeito visual causado pela areia e poeira em certas cenas, dando a impressão de que estão realmente presentes e gerando uma ambientação absorta ao leitor. Arte-final com efeitos de luz e sombra extremamente bem utilizados, e pouco, porém bem empregado recurso de onomatopeias oferece também uma experiência quase próxima a de assistir a um filme.
Uma dica muito valiosa agora: essa graphic novel faz parte da Coleção Histórica da Marvel, já citada aqui no blog há algum tempo atrás, e pode ser facilmente encontrada nas bancas aqui da região metropolitana de São Paulo. Vale a pena pra quem quer ler uma ótima história publicada em material de qualidade.
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